quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Contos do Lado Negro

 Este é o trecho inicial de um conto escrito por uma criatura que já conheceu as trevas mas que encontrou a luz e a qual eu tenho orgulho de chamar de amigo. Conhecido por muitos nomes, hoje responde pela alcunha de "Darth Breno Moore". Trago a vocês suas palavras:

 
"O que fazer quando a dúvida é a única certeza que temos?

Como escolher entre dois caminhos quando nenhum deles parece ser acolhedor?

Não há destino, senão aquele que construímos, mas nesses tempos difíceis caminhamos apenas sobre nossos próprios
passos, vivendo em uma era de incetezas na qual nenhum mortal sonhou viver.

Somos as testemunhas do final dos tempos, e o futuro, que para outros sempre foi uma página em branco a ser preenchida,
converte-se para nós em um cruel enigma da esfinge.

Não existe amanhã e o ontem já morreu. No crepúsculo da existência de tudo que é vivo, o que temos é uma eterna noite.

O peso da decisão que vai nortear o destino toda a Criação pesa sobre os meus ombros, e agora eu gostaria de ter as asas de um
dragão para voar rumo ao poente, sem compromisso de chegar à lugar algum que seja.

E quando estiver no limiar da exaustão, caminhar nú por planícies gélidas sob o pálido sol do inverno, o vento frio e cortante
penetrando minha carne como um milhão de adagas de gelo. Só para me sentir vivo. Só para sentir. Mas eu não posso.

A razão de uma existência ainda teima em se esconder nas entrelinhas dos acontecimentos cotidianos e, à medida que sinto
a revelação se aproximar, a ansiedade consome minha alma, tal como um demônio faminto se baquetearia com o mais
maligno dos corações.

Pai, o que faz um ser de luz se sentir acolhido em meio às trevas? Porque sinto que a escuridão é meu único e verdadeiro lar?

Preciso ser mais sombrio que o escuro que jurei combater. Tenho que inundar de medo de medo e desesperança corações que
nunca viram a Luz. Devo elevar a maldade a tal ponto, que aqueles que a cultivam saibam que não são mais que folhas secas
levadas ao vento, diante do suplício que lhes irei impor.

O mal não teme mais a luz e o bem é ridicularizado a cada dia.

Eles devem saber que algo pior que eles ainda vive. Devem experimentar a condensação de seus piores pesadelos extraídos
de seus medos mais infantis e obscuros.

Sentirão o máximo expoente das trevas e da carnificina, conhecerão a verdadeira face do mal e do horror e assim saberão
que seus crimes não ficarão impunes, nem nesta vida, nem na próxima.

Só assim o mundo um dia poderá voltar a acreditar na paz.

Só assim eu encontrarei minha redenção."

Darth Breno Moore

2 comentários:

Breno disse...

Ave César, os que vão morrer te saúdam.
Muito obrigado pelas palavras de apresentação dirigidas à minha pessoa e pela disponibilização do espaço em seu blog.
Que o mal lhe encare face a face e se encolha de medo ante seu olhar.
Assim seja.

Caesarean disse...

Amém!