terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vampiros Na Literatura - DRACULA

   
   É simplesmente impossível discorrer sobre o vampirismo sem falar em Dracula, a obra-prima do escritor irlandês Bram Stoker. Publicado em 1897, Dracula é, provavelmente, uma das obras mais inspiradoras - e também uma das mais plagiadas - já escritas. Foi o mito de Dracula que deu origem a toda a obra vampiresca da forma como a conhecemos hoje.
   Quando foi publicado pela primeira vez, em 1897, Dracula não foi um bestseller imediato, embora as criticas fossem incansáveis em seu louvor. O contemporâneo Daily Mail classificou Bram Stoker superior a Mary Shelley e Edgar Allan Poe. O romance tornou-se mais significativo para os leitores modernos do que foi para os leitores contemporâneos vitorianos. Só atingiu o seu grande status lendário clássico no século 20, quando as versões cinematograficas apareceram. No entanto, alguns fãs da época vitoriana o descreveram como "a sensação da temporada" e "o romance de gelar o sangue do século". Sir Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes, escreveu a Stoker em uma carta: "Eu escrevo para lhe dizer o quanto eu gostei de ler Dracula. Eu acho que é a melhor história de horror, que eu li em muitos anos". 

Capa da 1ª  edição
  
   Dracula tem sido designado como vários gêneros literários, incluindo literatura de vampiros, ficção de horror e romance gótico. O que mais chama a atenção é a forma  como Bram Stoker estruturou a estória, baseada nos registros das memórias de seus personagens (cartas, entradas de diários, registros de bordo, etc.).
   O romance inicia-se com a chegada do jovem Jonathan Harker a um castelo em uma remota zona da Transilvânia. Aí o jovem Harker conhece o excêntrico proprietário do castelo, o conde Drácula. Aos poucos Harker começa a perceber que há algo de estranho no anfitrião. Começa a entender que, mais do que um hóspede, é também um prisioneiro do conde Drácula.
   Seguidamente, Drácula decide viajar até à Inglaterra, deixando um rasto de morte e destruição por onde passa, enquanto Harker é deixado à guarda de três figuras femininas que se alimentavam de sangue humano. Harker consegue fugir e encontra-se com a sua noiva, Mina, em Budapeste.
   Já na Inglaterra, Lucy, amiga de Mina, começa a apresentar estranhos sintomas: uma enorme palidez e dois enigmáticos orifícios no pescoço. Seus amigos, John Seward, Quincey Morris e Arthur Holmwood, incapazes de perceber a origem daquela doença, recorrem ao auxílio do médico e cientista Dr. Abraham Van Helsing que compreende que Lucy tivera sido vítima dos ataques de um vampiro.


   Numa noite, Lucy e sua mãe são atacadas por um morcego – a versão animal do conde Drácula – e ambas morrem, embora de causas diferentes: Lucy tendo sido fruto do ataque sanguinário de Drácula e a mãe de Lucy vítima de ataque cardíaco provocado pelo medo. Lucy é enterrada, mas renasce como vampira e começa a perseguir crianças. Van Helsing e os amigos de Lucy, decididos a colocar um fim naquela forma de existência, pregam-lhe uma estaca no coração e cortam-lhe a cabeça, pois só assim ela poderia descansar em paz.
   Pouco tempo depois, para surpresa dos mesmos, percebem que Drácula tinha agora uma nova vítima, Mina, esposa de Jonathan Harker. Porém, além de se alimentar de Mina, Drácula também lhe dá o seu sangue a beber, ritual que os faz ficarem ligados espiritualmente.
   Decididos a destruir o vampiro e a salvar Mina, os homens o perseguem. Drácula foge para o seu castelo na Transilvânia, todavia, é destruído pelos perseguidores antes de concretizar tal objetivo, libertando Mina do seu domínio.


   Diversas versões de Dracula já foram publicadas no Brasil, a maioria delas incompletas - para não dizer "mutiladas" - ou com erros grotescos de tradução. Recomendo a versão "pocket-book" da editora Martin Claret (figura acima) que traz o texto na íntegra, honrando esse clássico da literatura de horror.

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